sábado, 31 de dezembro de 2011

Adeus ano velho, feliz ano novo!


  Último dia do ano sempre é um dia de reflexão no qual todo mundo fica pensando sobre tudo de bom e de ruim que aconteceu no ano que está prestes a acabar. E para nós, as lembranças deste ano nos remetem a grandes momentos, momentos estes que fizeram com que nos conhecêssemos, e a partir disso começássemos a pensar e a lutar juntas, por algo maior.

  E agora, é a hora de continuarmos focadas em nossos objetivos, pois sabemos que este é só o início de uma grande jornada.

  Agradecemos de coração, a todos que participaram direta ou indiretamente do nosso ano, e que nos proporcionaram oportunidades de crescimento ideológico e criativo. Desejamos que 2012 chegue cheio de brilho e de muita energia positiva, para que possamos viver os próximos 12 meses da melhor forma possível!

  Feliz ano novo!


PIVO! Coletivo Criativo.

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

A Visita da Velha Senhora

   O curso "Teatro no Teatro dos 4", apresentou nesses últimos meses de 2011 a peça "A Visita da Velha Senhora" de Friedrich Dürrenmatt como montagem de encerramento do ano. 



  Sob a orientação dos professores Isabella Secchin e Luiz Octavio Moraes e seu assistente Marcelo Carpenttiere, a turma composta por 30 alunos desenvolveu ao longo de 10 meses exercícios, aprimoramentos artísticos, leituras, experimentações , descobertas, e concluíram brilhantemente esses meses de dedicação e ensaios com a montagem deste clássico do teatro.


Foto: Priscilla Bertazzo

  A peça se passa em Güllen, uma cidade da Europa central devastada por uma profunda crise econômica. Seus habitantes convivem em uma profunda decadência e miséria. Mas a rotina entediante da cidade muda drasticamente com a chegada da velha e milionária Clara Zahanassian, nascidada na cidadezinha, que traz de volta esperança aos cidadãos de Güllen. Mas o que eles não sabem é que o verdadeiro motivo da visita é vingar uma injustiça do passado.   

Foto: Priscilla Bertazzo
  Com uma trilha sonora marcante e efeitos sonoros pontuados que fizeram a diferença na peça, essa tragicomédia ficou leve e com muito estilo. Cabe ainda ressaltar que o cenário e o figurino da peça foram desenvolvidos pelos próprios alunos. 

Foto: Priscilla Bertazzo

  E segue aqui uma dica pra quem mora no Rio de Janeiro e sempre quis estudar teatro: em 2012, os professores Isabella Secchin e Luiz Octavio Moraes seguirão com os alunos para Teatro do Leblon, onde ocorrerão os encontros semanais, com aulas e exercícios de técnicas de palco, assim como a preparação para a próxima montagem do grupo.

  Para quem é de longe e não tem a possibilidade de ter aulas de teatro nos grandes centros, existe o projeto "Ator Insight", que visa alcançar e inspirar a todos. Para tanto, aulas de teatro estão sendo documentadas e estão sendo produzidos vídeos onde todos terão acesso através do site http://www.atorinsight.com.br/ que ainda está em construção, mas é possível assistir um vídeo do curso "Teatro no Teatro dos 4" e ter uma ideia de como são as aulas. Vale a pena conferir.

  "Atorinsight começa em 2011 no Rio de Janeiro. E quer alcançar todos. Vai além território. Atorinsight mostra o processo do ator. Atorinsight é o ator no site. Atorinsight é insight. Sua força é o ator. Viva o ator!"

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Entrando no clima natalino...


“Assim pelos olhos, o amor atinge o coração: pois os olhos são os espiões do coração. E vão investigando o que agradaria a este possuir...” (Guiraut de Borneilh)

  Encantadora. Talvez este seja um dos muitos adjetivos que podem tentar definir a marca Anunciação. Exalando uma leveza particularmente especial, a marca abriu suas portas para o Pivo!  e nos deu a honra de  florescer  nesse mundo de autenticidade ímpar para criarmos uma vitrina de Natal.

  Imaginar, criar, recriar, transformar e reinventar parar expandir ideias e pensamentos. Acrescentar valores, encantar e “magicalizar” através de formas, cores e sensações. Sentir e entender a alma da marca, conhecer sua história, sua trajetória e mergulhar de cabeça nesse universo.

Croqui do projeto (ilustração feita por Emilia Simon)
  
  Bom, esse foi só o início de uma longa linha de raciocínio que nos auxiliou na construção criativa e física da vitrina da loja Anunciação

  A responsabilidade que tínhamos em mãos transformou-se em incentivo para este desafio, e assim, seguimos com muito carinho na escolha dos materiais e na confecção de cada elemento do nosso projeto.

Momento de trabalho coletivo. Confeccionando os objetos. 

  Tivemos um cronograma apertadíssimo, menos de uma semana para criar, comprar e confeccionar tudo que consideramos imprescindível para agregar à loja nosso charminho natalino. Para vocês terem uma leve ideia da correria que foram os últimos dias, lembre-se que estamos a poucas semanas do natal, e que, encarar uma 25 de março a essa altura do campeonato, não é a tarefa mais tranquila do mundo né?

  Com muito bom humor, iniciativa e ideias borbulhando em nossas cabeças, botamos a mão na massa e no super bonder também! Confeccionamos diversos enfeites exclusivamente para a loja, o que combinou direitinho com a personalidade, autenticidade e com o bom gosto delicado e artesanal que a marca expressa. Foram longos dias e noites de dedicação total, e o mais incrível foi perceber em nós mesmas a alegria e satisfação em estar neste projeto.  Acho que nunca olheiras, dedos colados, furados e purpurinados conseguiram ser sinônimo de felicidade, como foram nesse caso.

Alguns dos nossos objetos confeccionados. Ficaram lindinhos né?

  E assim chegamos à obvia (e também clichê) conclusão, de que todo esforço é válido quando se faz o que ama. O brilho em nossos olhos não negou a satisfação que sentimos na pós montagem, e nos deu ainda mais certeza de que aos poucos estamos ladrilhando os caminhos da nossa estrada.

  E para conferir nossa vitrina, é fácil, rápido e também divertido. Quem tiver a sorte de estar por Sampa é só dar um pulinho ali na Oscar Freire, 540. E depois, não esquece de voltar aqui e contar pra gente o que achou.

Vitrina pronta! 

  Se você ficou curioso para conhecer mais sobre a marca, além da visita, é só entrar no site: http://www.anunciacao.com/ , e  se preparar para apaixonar-se. A coleção está lindíssima!!!!!

domingo, 4 de dezembro de 2011

Irregularidades Estéticas


“Sem nenhum critério constroem-se milhares de edifícios. Estilos diferentes convivem lado a lado. (…) Essas irregularidades estéticas nos refletem. Porque nossa vida é assim. Irregularidades estéticas e éticas. (…) O que esperar de uma cidade que da as costas ao rio?” (Medianeras – filme)



Você já pensou em como os indivíduos reagem a isso? Em como nossa sociedade é influenciada por toda essa loucura das grandes cidades que são construídas sem o menor planejamento e cuidado? Pois nós pensamos e até desenvolvemos um figurino para uma performance baseada nesse pensamento. A performance poderia ser realizada em qualquer grande capital e  propõe uma reflexão a respeito dos indivíduos que são formados frente a essa confusão urbana.

Foto: Gabriela Corrales

   A idéia veio quando a professora Marina Reis do curso de pós graduação de cenografia e figurinos da universidade de Belas Artes –SP nos propôs  o desenvolvimento de um figurino com materiais inusitados. 

 Estávamos todas com uma certa inquietação no que se diz respeito a habitar em uma  capital tão movimentada e começamos a juntar todo o incomodo e criar a figura de um personagem que respondesse ao caos da cidade. Inicialmente pensamos que todos nós, de certa forma, sofremos um processo de auto clausura como forma de fuga mas, ao longo do processo o conceito foi tomando proporções muito maiores do que esperadas.


  O figurino foi feito apenas com magipack, durex, papel, cola, plástico bolha  e tinta, muita tinta !  Devemos assumir que a confecção foi mais complicada do que havíamos previsto, especialmente porque optamos por utilizar materiais inusitados, com os quais nunca tínhamos trabalhado.  O bom disso tudo foi que nós vimos essas dificuldades não como empecilhos, e sim como um estímulo para a busca de novas soluções que se adequassem ao conceito proposto. Durante essa busca de soluções fomos forçadas a discutir a fundo o próprio conceito, tentando compreender melhor quem seria esse personagem e que tipos de texturas e formas poderiam ou não pertencer ao seu universo.


Processo de confecção do capuz

Processo de confecção da calça


Processo de confecção do corpete

Processo de confecção do corpete


  Ainda que tenhamos buscado um resultado final bem acabado, enfatizamos a experimentação, o que também reflete o conceito. O personagem é um reflexo da cidade, e assim como ela tem suas irregularidades estéticas e éticas, que surgem a partir de elementos, idéias e sentimentos que se agregam e se perdem no espaço urbano.

Foto: Mauro Chinen

Professora: Marina Reis
Equipe: Emilia Simon, Gabriela Corrales, Larissa Carvalheira, Mayara Alencar, Renata Freitas e Paula Baraldi

domingo, 27 de novembro de 2011

Além da pele, habito.



Na noite de sexta fui assistir A pele que habito, o novo filme do Almodóvar, e estou até agora confusa sobre o que achei a respeito. Posso dizer de cara que vi um novo lado do diretor, um lado mais sóbrio e cientifico. Sem dúvidas um filme mais amadurecido do meu querido espanhol, o que me deixa confusa. Bem confusa.

Tudo bem, compreendo que o amadurecimento é natural e com isso as mudanças são inevitáveis e assumo que o diretor continua fiel a sua essência e coerente com toda a sua filmografia o que não me deixa dizer que não gostei do filme mas, pela primeira vez não sai do cinema pensando "Que demais !" dessa vez pensei "Que filme estranho!". E ai, palmas para Pedro Almodóvar que provavelmente não gostaria se eu pensasse "Que demais!" sobre esse filme.

Estou a mais de um dia refletindo sobre cenas e relembrando fotogramas que mais parecem pinturas e só uma coisa me vem à cabeça, que filme estranho e sóbrio. Que filme estranhamente sóbrio! O mais estranho é que Almodóvar colocou toda sua estética lá, todos os seus clichês que eu tanto gosto.  A Espanha, as cores e músicas, o mundo feminino apresentado com tamanha excelência, a mistura de gêneros, talvez até um gênero novo. Estava tudo lá, explodindo em uma mistura que Pedro fez, mais uma vez, sem medo mas, estava tudo sóbrio demais. Seu vermelho apresentado em tons mais fechados, branco por tudo quanto é lado e muita cor de PELE. Um minimalismo impróprio.

Sei que fiquei completamente em choque pelo que assisti na noite passada. Uma versão espanhola de Frankenstein no século XXI. Pois é, parece não combinar muito mas, deu certo. Estranhamente certo. Toda aquela história maluca de um cirurgião cientista que faz experimentos com a pele humana dentro de sua própria casa, (uma grande mansão quase inabitada se não fosse por ele, sua funcionaria e seu objeto de estudo.) me fez pensar o dia inteiro e pensar o dia inteiro, parece ser o objetivo máximo do diretor.


Almodóvar, a cada filme, nos instiga a refletir sobre os valores do mundo atual. Se pensarmos bem, a partir dessa trama que envolve vingança, amor, loucura, roubo, ciência, inovações, mortes e estupros, ele nos orienta a uma tarefa, a de olhar para dentro de nós mesmos e refletirmos sobre quem somos além da nossa pele. Além do que se pode mostrar fisicamente criando julgamentos para situações amorais, bem amorais, apresentadas longe dos maniqueísmos e juízos da sociedade em A pele que habito.

domingo, 13 de novembro de 2011

Poesia pra domingo...


Pessoas que não existem habitam casas que não existem - mas fingem existir.

Memórias impressas em objetos que não tem nenhuma. Se lembram da China, talvez. A mancha de café derramado de propósito, o mofo em um teto onde nunca choveu criam elos estranhos entre as partes da casa e seus moradores. Minha novela Frankenstein.

Uma praça, o coreto e paredes ocas
vazias.
Existem?
Cidades de curta duração
efêmeras.
Bonitas.
As vezes novas, nascem como velhas
e duram o tempo de contar uma história.



quinta-feira, 10 de novembro de 2011

E com vocês, Hélio Leites!

   Sabe Shakespeare? Então, esquece toda essa história de palco elisabetano mas, mantenha o drama e tente imaginar Romeu e Julieta encenado em uma caixa de fósforos. Conseguiu? Não? Então você precisa conhecer Hélio Leites! Ele é um artista plástico e performer que recria espetáculos shakespearianos em pequenos metros quadrados com personagens feitos com qualquer material de pequena escala que vá parar em suas mãos, onde ganham vida e a atenção de quem passa.

   Dá uma olhadinha nesse vídeo onde o artista em questão responde à pergunta 'O que é tristeza pra você?' feita por André Saito e Cesar Nery (diretores, fotógrafos e editores). 





    Apaixonante, né? Pois é, foi assim quando conheci Hélio e sua criatividade, amor à primeira vista. Aquela versão de Romeu e Julieta à la Hélio Leites tinha apenas  0,14m X 0,35m e toda a cara de Rapunzel. A obra estava exposta na mostra nacional do Brasil na quadrienal de Praga deste ano, e ao lado tinha o vídeo que faz parte do projeto Thomás tristonho dirigido por André Saito & Cesar Nery . As palavras do poeta e seu estilo único simplesmente me encantaram. 

Romeu e Julieta de Hélio Leites na PQ11


   Como grande curiosa que sou não pude deixar de pesquisar mais sobre o artista assim que pisei em terras brasileñas. Aí,  descobri que o talento dele vai muito além de Shakespeare. Suas caixinhas de fósforos, botões, rolhas, palitos de picolé, etc., já contaram até a historia do descobrimento do Brasil. A verdade é que Hélio é um grande contador de histórias e o melhor, após os espetáculos seus palcos viram verdadeiras esculturas! Tão verdade que muitas de suas obras ganharam uma galeria ambulante que cabe em uma mala e viaja o mundo com o artesão. 

   Esse ano, Leites ainda publicou um livro chamado "Mínimos" que é uma reunião de obras do artista. 

   Vale a pena fazer uma busca no youtube por vídeos do Hélio Leites. Tem vários muito legais !

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

O Sorriso de Serapião - Figurinos


  O trabalho a seguir, foi apresentado à Professora Mestra Rosane Muniz para a disciplina de Pós-graduação “Figurinos pra a Tv e Publicidade” no Centro Universitário Belas Artes de São Paulo. Este é o primeiro de uma série de trabalhos que produzimos em conjunto e iremos divulgar aqui no “PIVO!”.

A Proposta


  Cada grupo deveria escolher um conto, uma história ou algum roteiro já existente (neste caso adaptando a história), para ser exibida na tv, podendo ser uma novela, seriado, minissérie, etc. E esta história deveria obrigatoriamente se passar em algum estado brasileiro. Cada integrante do grupo ficaria responsável por desenvolver figurinos para um personagem, desenvolvendo mais de um figurino para criar seu universo visual.

  Decidimos então que o nosso grupo faria uma minissérie televisiva construída a partir do conto “O Sorriso de Serapião” de Antonio Calloni. O Conto faz parte do livro “O Sorriso de Serapião e outras Gargalhadas”.

EDITORA BERTRAND BRASIL LTDA
Rua Argentina, 171 – 1º Andar – São Cristóvão – Rio de Janeiro, Rj
2005
O Sorriso de Serapião – Sinopse

  “'O sorriso de Serapião (e outras gargalhadas)' reúne onze pequenas narrativas nas quais o autor define o seu estilo de escrita e exibe sua habilidade para criar uma série de personagens memoráveis. Na história que dá nome ao livro, Serapião, 'cabeça chata e um sorriso furado pela ausência de dois dentes superiores', vive em uma eterna busca por sua amada Amaralina entre as paredes e os andaimes de uma selva de pedras. Perambulando em meio a lembranças de uma infância miserável e projeções incertas de um futuro, Serapião e seu inseparável 'sorriso em preto e branco, janela para algum lugar vazio e feliz', não encontram meios de fugir de uma patética realidade.”


Processo Criativo

  “O sentido do grotesco é falar/positivar os aspectos naturais da vida, as excreções, a sexualidade, o riso” (Bakhtin)

  O texto é baseado nas relações irreais que Serapião estabelece com o mundo. Sua imaginação, juntamente com a crença nas histórias contadas por sua mãe e nos ensinamentos religiosos de seu pai, o levaram a ver o mundo sempre de uma forma distorcida, criando sua própria realidade e seus próprios ideais de beleza.

  Marília Librandi Rocha, que escreve a introdução do livro, define o teor da obra como “grotesco familiar”, característica que interpretamos como a dualidade entre realidade/sonho, atrelada ao conceito de hiper-realismo que possibilita o real e o fantástico coexistindo.

  Baseado nesses conceitos principais, optamos por buscar referências visuais em movimentos artísticos capazes de oferecer um universo assim, fantástico e real. Encontramos na obra de Henri Rousseau, características que buscávamos representar em “O Sorriso de Serapião”: formas exageradas; a figura humana que se insere na natureza, mas ao mesmo tempo lhe parece estranha; cores e luzes que intensificam essa diferença; o feio e o belo; o grotesco que reside nas relações entre homem e natureza e também nas proporções que fogem dos padrões.

Obras de Henri Rousseau

  Após a definição desse universo imagético geral da minissérie, partimos para a construção da fantasia de Serapião, propriamente dita. A partir de uma idéia do próprio autor, que descreve a primeira visão que Serapião tem de Amaralina como “uma pintura Naif”, começamos a desenvolver o que seriam essas visões. Concluímos que Serapião, em seu universo particular e distorcido, veria o mundo de uma forma muito mais ingênua e romantizada, tal qual o autor sugere: o mundo como uma pintura Naif – o feio perde sua característica grotesca, que passa a representar o mundo real, e se eleva ao status de “simplicidade” trazendo alívio, cor e um sentimento de familiarização com as origens nordestinas das personagens.

Acima: Airon das Neves - Soltando balão
Abaixo esq.: Teles - Tarte Alegre  Abaixo direita: Ernane Cortat - O Violeiro

  A proposta é que sejam feitos recortes, por assim dizer, de animação no estilo Naif, para os momentos em que seja imprescindível que o público compreenda a forma totalmente divergente da realidade que Serapião enxerga os fatos.

Os Croquis

  Cada integrante do grupo ficou responsável por desenvolver o universo visual de um personagem e, após decidirmos quem faria qual (achando dificil pois sempre criamos juntas) pesquisamos separadamente referências imagéticas.

Personagem: Serapião
“Serapião não era nada, mas era feliz.
Trinta anos. Virgem.”

por Larissa Carvalheira


Personagem: Maria (Mãe)
“’Onde é que está a água do meu filho, desgraçado?’ Pensava isso, olhando pro céu, e não chorava pra não enfraquecer. Maria. Gostava das superstições, das estórias, das lendas.”

por Emilia Simon


Personagem: José (Pai)
“Eu rezo, mas não chove, meu filho, é obrigação rezar mais.”

por Gabriela Corrales

Personagem: Amaralina
“Uma criança alada, voando sobre suas cabeças. A criança do vento”
“Uma mulher que não era nada, mas era mulher. Trinta anos. Virgem.”
"- Amaralina?
- Pode ser, meu gato."

por Renata Freitas

Personagem: Toinho – O único desafeto de Serapião
“Toinho era homem vindo de algum norte, com cara e cor de índio. Um e oitenta de altura, e forte como uma besta mítica.”


por Mayara Alencar



quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Películas argentinas

  No ultimo mês os dois filmes que mais me chamaram a atenção no cinema foram filmes dos nossos vizinhos argentinos. Un Conto Chino E Medianeras.


     Un conto Chino, conta a historia de Roberto um veterano de guerra que tem um ar de durão mas um ótimo coração e  leva uma vidinha bem sem graça e regrada, uma rotina que aparentemente nunca vai mudar. Até que aparece em sua vida Jun, um chinês que está perdido em Buenos Aires em busca de seu tio. Ah, vale ressaltar que Jun não fala espanhol e nem Roberto fala chinês. E porque eles se encontraram?! Porque uma vaca caiu do céu!

  A direção de arte assinada por Valeria Ambrosio é fortíssima. Cenário e figurino são muito harmônicos e  o universo visual desse homem que vive do passado não poderia ser apresentado com maior maestria. É interessante também observar as pequenas mudanças (grandes para Roberto) que acontecem quando Jun entra nesse mundo solitário.




  Medianeras - Buenos Aires na era do amor virtual é mais uma historia comum, como a maioria dos filmes da terra de Maradona. Algo que poderia, e provavelmente está, acontecendo em alguma esquina argentina mas que contadas da melhor forma se tornam grandes obras cinematográficas.

  E foi da melhor maneira que Gustavo Taretto, diretor do filme, nos apresentou a história de Martin e Marina, dois jovens solitários que vivem muito perto um do outro, tem os mesmos hábitos e nunca se encontraram, cada um vive no seu mundinho sem  grandes acontecimentos que mudem a rotina diária.

  A direção de arte também ajuda a contar a historia. A cidade é um terceiro personagem (ou talvez o grande protagonista) e os apartamentos de Marina e Martin mostram com muita clareza a confusão da vida de cada um. Todo o universo deles cabe naqueles pequenos espaços os dois muito detalhados com objetos íntimos e de grande valia para ditar a personalidade de cada um. Frente à esses universos carregados de sentimentos profundos temos a impressão de que Martin e Marina são praticamente engolidos pela cidade e mais, compartilhamos com os dois a angustia de querer ocupar mais espaços, se libertar ao mundo e se integrar mais à grande capital ao invés de se enclausurarem. Os figurinos ditam o humor dos personagem e sem ele não teríamos um final feliz pra essa historia! Uma direção de arte poética. Alias, todo o filme respira poesia. Poesia imagética, poesia sonora, poesia literal.

  Pode parecer estranho dois filmes argentinos em cartaz no mesmo mês mas não podemos esquecer que O Segredo dos Seus Olhos (El secreto de sus ojos), do diretor Juan José Campanella recebeu o Oscar de melhor filme estrangeiro de 2010, e  venceu o Prêmio Goya de melhor filme do ano colocando nossos hermanitos em evidencia no mundo. A grande verdade é que o cinema argentino vem ressurgindo das cinzas nessa última década. Mesmo em plena crise econômica o filme O filho da noiva (El hino de la noiva) também do diretor Juan José Campanella, foi lançado em 2001 sendo uma grande surpresa aos amantes da sétima arte ! Não sou muito de julgar filmes por gêneros mas digo que dei algumas risadinhas e também deixei escorrer algumas lágrimas nesse filme que reflete com muita clareza e intensidade a crise econômica do pais através de seus personagens complexos e cheios de probleminhas cotidianos (falta de dinheiro, divórcio, etc.). Aliás é exatamente isso que me fascina no cinema argentino as tramas são muito realistas e fortes ao mesmo tempo trata-se com muita sutileza das emoções humanas. O que pareceria um filme monótono revela-se dinâmico e completamente envolvente!
Outra produção argentina os que muito me cativa é Elsa & Fred (2005) do diretor Marcos Carnevale. Um filme completamente encantador que conta a historia de amor entre dois velhinhos. Elsa, que tem o sonho de ir na Fontana de Trevi onde Anita Ekberg e Marcello Mastroianni protagonizaram a famosa cena de A Doce Vida (La Dolce Vita), de Federico Fellini. E se Elsa seria Anita, Fred é o seu Mastroianni! A película é simplesmente uma celebração a vida e uma cômica e bela homenagem a Fellini. 
Já que comentei sobre La doce vita e como gostamos de falar sobre cenografia e figurino, trago uma curiosidade: Vocês sabiam que La dolce Vita ganhou o Oscar de melhor figurino em 1962 além de ter um prêmio do Sindacato Nazionale Giornalisti Cinematografici Italiani por melhor cenografia?




domingo, 30 de outubro de 2011

Falando em Soleil... vejamos também o Cirque!


  Fui ontem assistir ao espetáculo Varekai, do Cirque du Soleil, e digo uma coisa pra vocês: aquelas criaturas sabem muito bem onde começam e acabam seus braços e pernas. Senti uma pequena tristeza no fundo da minha alma, porque não consigo dar ao menos uma cambalhota reta e só consigo levantar minha perna até a altura do quadril (e olha lá). Mas essa tristeza foi quase nada diante do embasbacamento que senti vendo tudo aquilo acontecer a tão poucos metros de mim.


  Tudo muito impressionante, e uma boa oportunidade de perceber a importância da harmonia entre todos os elementos que compõem um espetáculo. É certo que a performance do grupo é indiscutivelmente sensacional, e o domínio que eles tem do próprio corpo é de deixar qualquer um com vontade de bater palmas. Mas o fato é que o trabalho de Andrew Watson (direção criativa), Stéphane Roy (cenógrafo) e Eiko Ishioka (figurinista) elevam o espetáculo a um nível muito maior, criando um mundo fantástico que envolve o público completamente – claro, além dos profissionais de iluminação, som, projeções, coreografia e tudo mais.


  O cenário é uma coisa de louco, completamente integrado com a história: existe uma floresta de bambús, representada por varas flexíveis onde os atores/ atletas/artistas sobem, vários “buracos” no chão por onde as personagens transitam, entre outras coisas fantásticas que criam inúmeras possibilidades de movimentação pelo palco.


  Quanto ao figurino... impecável. Tirando todo o trabalho de pesquisa e a dificuldade de criar trajes funcionais para toda a liberdade de movimentos necessária, é tudo muito lindo e extremamente criativo. Quem me dera poder falar mais sobre isso, saber nos mínimos detalhes de que material tudo aquilo era feito, como foi construído... quem sabe um anjo (ou o Fausto Viana) consiga uma palestra com a Eiko Ishioka, que, diga-se de passagem é também figurinista da Bjork, fez o filme The Cell (aqueeele, em que Jennifer Lopez anda pela mente doentia de um serial killer com roupas incríveis), e ganhou um Oscar de melhor figurino pelo filme Bram Stoker’s Dracula, do Coppola. Ou seja, a mulher é genial mesmo.


  Outra coisa que dá pra fazer também é assistir a esse vídeo http://www.youtube.com/watch?v=dpNLpggu8ws, que é sobre um outro espetáculo, Ovo (que, inclusive, é brasileiro) e muito interessante. Dá pra entender melhor como funciona o trabalho da equipe e sacar o trabalhão que eles tem pra viajar com toda aquela estrutura pelo mundo inteiro. Por isso, nada de pão-duragem: ASSISTAM!

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Théâtre du Soleil no Brasil



  Ontem (domingo, 23 de outubro, 2011) foi o último dia em que o Théâtre du Soleil apresentou o espetáculo “Os Náufragos da Louca Esperança” no SESC Belenzinho em SP.

  As apresentações começaram no dia 5 de outubro e tiveram seus ingressos esgotados logo no primeiro dia de venda. Tentamos comprar (CLARO!) e ficamos desacreditadas com o tamanho da fila. Depois de um bom tempo aguardando, nossa tão esperada vez simplesmente não chegou! Até pensamos "Nossa, as pessoas devem estar confundindo com o Cirque du Soleil!". Mas, definitivamente sabemos que essa confusão não aconteceu.

  O fato é que o grupo inaugurado em 1964, e dirigido por Ariane Mnouchkine tem muitos simpatizantes pelo Brasil e pelo mundo. O trabalho deles é esplêndido, e de uma beleza e competência que explode aos olhos de quem os contempla. É, acho que já deu pra perceber, que nós realmente achamos eles incríveis!! Se você faz parte dos que admiram o Théâtre du Soleil e teve a sorte de estar antes de nós na fila, pagando esses ingressos baratinhos, conta pra gente como foi!

  Além de apresentar o espetáculo inspirado no romance póstumo de Julio Verne “Os náufragos do Jonathan”, o grupo teatral francês se encontrou com o público, também no SESC Belenzinho, para falar sobre o processo de criação da companhia. E ainda, na manhã do dia 13 de outubro, rolou um bate-papo encabeçado por Fausto Viana, com integrantes do Théâtre Du Soleil que nos contaram histórias e curiosidades de algumas produções destacando a variedade de criação da Trupe, que vai desde montagens clássicas de Shakespeare à montagem com temas contemporâneos. Essa conversa aconteceu no Teatro Laboratório da ECA e Pivo esteve por lá! Afinal, no convite tínhamos envolvidos Theatre du Solei e figurinos. A cara do PIVO! né? Ter tido a chance de ouvir as experiências dessa companhia foi super inspirador. Umas das milhares coisas que nos chamaram atenção foi o fato de os atores serem incentivados a trabalhar em seus próprios figurinos, propondo desde o começo dos ensaios, composição de peças, adereços e maquiagem. Os atores têm acesso a uma infinidade de tecidos e trajes de outras produções na sala de costura, que fica ao lado da sala de ensaios. Eles têm total liberdade de criação, mas sempre seguindo as diretrizes iniciais de Ariane. Cabe ainda ressaltar que a atriz brasileira Juliana Carneiro da Cunha é uma das integrantes do Théâtre Du Soleil.

Os Náufragos da Louca Esperança

  Lembramos que nos próximos meses o Thèatre Du Soleil segue para o Rio de Janeiro (de 8 a 19 de novembro no HSBC Arena) e Porto Alegre (de 5 a 11 de dezembro na Cartoucherie do Guaíba). Se tiverem a oportunidade, não percam!