quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Películas argentinas

  No ultimo mês os dois filmes que mais me chamaram a atenção no cinema foram filmes dos nossos vizinhos argentinos. Un Conto Chino E Medianeras.


     Un conto Chino, conta a historia de Roberto um veterano de guerra que tem um ar de durão mas um ótimo coração e  leva uma vidinha bem sem graça e regrada, uma rotina que aparentemente nunca vai mudar. Até que aparece em sua vida Jun, um chinês que está perdido em Buenos Aires em busca de seu tio. Ah, vale ressaltar que Jun não fala espanhol e nem Roberto fala chinês. E porque eles se encontraram?! Porque uma vaca caiu do céu!

  A direção de arte assinada por Valeria Ambrosio é fortíssima. Cenário e figurino são muito harmônicos e  o universo visual desse homem que vive do passado não poderia ser apresentado com maior maestria. É interessante também observar as pequenas mudanças (grandes para Roberto) que acontecem quando Jun entra nesse mundo solitário.




  Medianeras - Buenos Aires na era do amor virtual é mais uma historia comum, como a maioria dos filmes da terra de Maradona. Algo que poderia, e provavelmente está, acontecendo em alguma esquina argentina mas que contadas da melhor forma se tornam grandes obras cinematográficas.

  E foi da melhor maneira que Gustavo Taretto, diretor do filme, nos apresentou a história de Martin e Marina, dois jovens solitários que vivem muito perto um do outro, tem os mesmos hábitos e nunca se encontraram, cada um vive no seu mundinho sem  grandes acontecimentos que mudem a rotina diária.

  A direção de arte também ajuda a contar a historia. A cidade é um terceiro personagem (ou talvez o grande protagonista) e os apartamentos de Marina e Martin mostram com muita clareza a confusão da vida de cada um. Todo o universo deles cabe naqueles pequenos espaços os dois muito detalhados com objetos íntimos e de grande valia para ditar a personalidade de cada um. Frente à esses universos carregados de sentimentos profundos temos a impressão de que Martin e Marina são praticamente engolidos pela cidade e mais, compartilhamos com os dois a angustia de querer ocupar mais espaços, se libertar ao mundo e se integrar mais à grande capital ao invés de se enclausurarem. Os figurinos ditam o humor dos personagem e sem ele não teríamos um final feliz pra essa historia! Uma direção de arte poética. Alias, todo o filme respira poesia. Poesia imagética, poesia sonora, poesia literal.

  Pode parecer estranho dois filmes argentinos em cartaz no mesmo mês mas não podemos esquecer que O Segredo dos Seus Olhos (El secreto de sus ojos), do diretor Juan José Campanella recebeu o Oscar de melhor filme estrangeiro de 2010, e  venceu o Prêmio Goya de melhor filme do ano colocando nossos hermanitos em evidencia no mundo. A grande verdade é que o cinema argentino vem ressurgindo das cinzas nessa última década. Mesmo em plena crise econômica o filme O filho da noiva (El hino de la noiva) também do diretor Juan José Campanella, foi lançado em 2001 sendo uma grande surpresa aos amantes da sétima arte ! Não sou muito de julgar filmes por gêneros mas digo que dei algumas risadinhas e também deixei escorrer algumas lágrimas nesse filme que reflete com muita clareza e intensidade a crise econômica do pais através de seus personagens complexos e cheios de probleminhas cotidianos (falta de dinheiro, divórcio, etc.). Aliás é exatamente isso que me fascina no cinema argentino as tramas são muito realistas e fortes ao mesmo tempo trata-se com muita sutileza das emoções humanas. O que pareceria um filme monótono revela-se dinâmico e completamente envolvente!
Outra produção argentina os que muito me cativa é Elsa & Fred (2005) do diretor Marcos Carnevale. Um filme completamente encantador que conta a historia de amor entre dois velhinhos. Elsa, que tem o sonho de ir na Fontana de Trevi onde Anita Ekberg e Marcello Mastroianni protagonizaram a famosa cena de A Doce Vida (La Dolce Vita), de Federico Fellini. E se Elsa seria Anita, Fred é o seu Mastroianni! A película é simplesmente uma celebração a vida e uma cômica e bela homenagem a Fellini. 
Já que comentei sobre La doce vita e como gostamos de falar sobre cenografia e figurino, trago uma curiosidade: Vocês sabiam que La dolce Vita ganhou o Oscar de melhor figurino em 1962 além de ter um prêmio do Sindacato Nazionale Giornalisti Cinematografici Italiani por melhor cenografia?




2 comentários:

  1. Adoro cinema argentino e também assisti Un conto chino e Medianeras... alguns filmes argentinos vc pode procurar no site www.cuevena.tv , por la assisti El hombre al lado, Un conto chino e El hijo de la novia... essa semana tem mais dois filmes que vou ver nesse site La mirada invisible e El sueño de Valentín. Depois conto o que eu achei. Adorei esse post Re!! bjs Ana Paula

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  2. Olá!
    Também sou fã de cinema argentino. Estou rumo aos cem filmes! rs. Fiz até um blog: www.cemfilmesargentinos.tumblr.com.br
    Adriana.

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